A inspiração:
A inspiração não veio de repente, fui somando intuitivamente pontos que já estavam aqui dentro de mim, mas só percebi e entendi a conexão depois de tudo pronto. Na verdade foi quase agora quando comecei a escrever!
Ponto 1:
Essa reflexão publicada no meu IG pessoal:
“Não sei se acredito em sorte, em coisas boas e mágicas que acontecem ao acaso. Acredito que a gente atrai, acredito que o universo nos ampara, acredito que precisamos estar atentos para perceber quando coisas boas acontecem, precisamos estar preparadas para receber e aceitar. E acredito que é preciso olhar além quando coisas desagradáveis acontecem! Acredito que a nossa sorte também é construção. É como você trata e vê o outro, é sair da passividade e agir, às vezes, é parar de agir e esperar também…
É se colocar em movimento, mas também saber dar pausas…
Acho que a nossa sorte é a gente que faz!”
Ponto 2:
Ganhei bem querer pelos trevos de 4 folhas por causa de Eder – sócio e parceiro de vida.
Ele é dessas pessoas que gostam de ação e fazer as coisas acontecerem, esperar que elas simplesmente aconteçam não faz parte de suas crenças, mas também adora amuletos. É como se uma coisa sustentasse a outra.
Ele conta cheio de orgulho, que tinha uma plantação de trevos de encher os olhos, de onde veio o trevo desidratado que carregava na carteira, com carinho, há mais de 25 anos e que hoje está com Isadora (para quem não conhece, é nossa filha).
Ponto 3:
Comecei uma prática criativa, que chamo carinhosamente de #despertar_criativo. Esse é um assunto pra outro post, mas basicamente, é a primeira atividade que realizo depois de acordar. Foi a forma que encontrei de ressignificar minha relação com o ato de desenhar (porque sempre amei, mas nunca me senti boa o suficiente…) e de inserir a meditação em meus dias.
No sexto dia de atividade, senti vontade de desenhar trevos e foi aí que a inspiração encontrou um jeito de se manifestar no mundo real.
Quando fiz os primeiros desenhos, não tinha intenção alguma de transformá-los em estampa. Era desenhar simplesmente para viver aquele momento entre tinta, papel, formas…
Mas desenhar trevos e a palavra sorte virou meio que uma fixação e volta e meia escolhia esse tema para a prática e entendi que devia me entregar a isso.
O processo de experimentação
Carimbei usando as folhas do trevo como carimbo, desenhei usando carvão, lápis, marcadores, aquarela.
Brinquei com máscara para criar efeito negativo, bordei, esculpi carimbos…
Também estava interessada em aprender mais sobre, “lettering” e caligrafia e comecei a treinar o desenho de letras através da palavra sorte.
Busque #desenhesuasorte para ver todas práticas
Até aí, os elementos eram desenhados soltos, sem a pretensão de criar uma composição.
No dia que tentei compor tudo num mesmo desenho, me senti frustrada com o resultado, muito frustrada.
Mas sabia que tinha duas escolhas:
Usar a frustração como agente paralisador e nunca mais tentar, ou relembrar que só ficamos bons naquilo que fazemos repetidas vezes e que esse era o motivo de estar alí.
Claro que escolhi a segunda e desenhei trevos e sorte muitas, muitas e muitas vezes.
Depois de tantas repetições, refiz a composição e senti que esse desenho não devia ficar só no meu mundo. E quis transformar em estampa para os objetos da loja.
Testei a aplicação num caderno e apesar de gostar do resultado, ainda queria mais.
Voltei a trabalhar os elementos isoladamente pra conseguir efeitos diferentes, mas agora tendo uma visão do todo e de como eles iriam funcionar em conjunto. Desenhei mais um tanto de trevos, experimentei vários efeitos para o fundo e treinei muito a escrita desenhada da palavra sorte, até chegar num movimento que me agradasse.
Ainda precisava me decidir se usava “faça sua sorte” ou “desenhe sua sorte”. Achei que, além de mais poético, o “desenhe sua sorte” fazia a conexão perfeita entre a imagem, mensagem, inspiração e o processo.
Usei uma etiquetadora rotex para escrever o “desenhe sua”. Adoro esse visual analógico, mas que cria um contraponto entre os desenhos feitos à mão e as letras produzidas por uma máquina.
Fim do processo analógico, fim da criação! Hora de editar o trabalho e transformar em estampa!
Processo de digitalização, edição e finalização.
Para digitalizar, ou fotografo com boa resolução e condição de luz, ou uso um scanner comum da impressora Epson L1300 (foi o que usei, nesse caso), confesso que não gosto muito do efeito lavado que ele traz, mas nada que não seja resolvido no Photoshop (programa que uso para edição de imagens).
Uma vez digitalizada, editei, luz, brilho, contraste, cor e nitidez. Removi o fundo dos trevos no PS.
No Illustrator (programa de edição gráfica mais adequado para ilustração vetorial). Trouxe os elementos individualmente, vetorizei a frase “desenhe sua sorte” e montei os elementos para criar o pattern/estampa corrida.
E nasceu a Estampa sorte.
Um trabalho que levou 4 meses para ganhar o mundo.
Me fez sair da zona de conforto e colocar em prática o discurso lá do início do post de sair da passividade e se colocar em movimento em direção daquilo que alimenta verdadeiramente a sua alma.
Vem se encantar com a coleção completa!
Espero que você possa sentir toda energia de superação e dedicação que está presente em cada pincelada.